Onde obter recursos para iniciar uma startup?

Dia 26/06/2024, por Paulo Quintairos

HITT NEWS

Startups, Fomento e Propriedade Intelectual

A obtenção de recursos financeiros é um passo fundamental para uma startup iniciar suas atividades, ou seja, tirar a ideia do papel. Atualmente há várias formas de obter recursos financeiros para iniciar um projeto. A origem desses recursos pode ser investimento próprio, de familiares e amigos, usualmente referido na literatura como 3fs (do inglês, family, friends and fools). Os sistemas de financiamento coletivo, chamados de crowdfunding, também vem ganhando relevância como opção viável. Ou, ainda, recursos públicos ou privados do tipo não reembolsável.

Devido às startups operarem em ambiente de muitas incertezas, uma das possibilidades mais recomendáveis é a busca por recursos na modalidade não reembolsável. Ou seja, quando é necessário seguir um projeto previamente aprovado e comprovar todos os gastos, mas não é necessário devolver o dinheiro. Isso é possível no âmbito de alguns programas públicos, mas eventualmente surgem possibilidades na iniciativa privada. Essa recomendação pelos recursos não reembolsáveis é devida ao longo tempo necessário para uma startup começar a faturar ou mesmo ao enorme risco da proposta nem chegar ao mercado. 
Atualmente existem algumas possibilidades para as startups obterem essa subvenção econômica na modalidade não reembolsável. Em geral são recursos provenientes de órgãos públicos, dos governos federal ou estadual. No estado de São Paulo, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) mantém um programa especialmente voltado para pesquisa inovativa em uma pequena empresa, o Pipe. Já a Financiadora de Estudos e Projetos do Governo Federal (Finep) tem o programa Centelha, cuja abrangência é nacional.

O primeiro passo para conhecer quais fontes de recursos estão disponíveis para uma startup é a classificação do estágio de maturidade e desenvolvimento do projeto, medida na escala TRL. Essa escala, criada para medir o nível de maturidade tecnológica de projetos, usualmente vai de 1 até 9. Sendo que 1 indica estágio de ideação e pesquisas iniciais, ao passo que o estágio 9 se refere a uma empresa já em fase de aumentar o número de clientes.

Considerando os riscos envolvidos em uma startup, o ideal é que o financiamento nas fases iniciais (TRL 1 a 5 ou 7) seja por meio de recursos não reembolsáveis. No estado de São Paulo, os principais programas públicos na modalidade não reembolsável são: Pipe 1 e 2 da Fapesp; Pipe Start e Pipe-Sebrae, parceria Fapesp-Sebrae; e o Centelha-Fapesp, parceria Finep-Fapesp. Sendo os dois primeiros em fluxo contínuo, ao passo que os demais por meio de editais. Além desses, é possível obter recursos públicos não reembolsáveis por meio da Empresa brasileira de pesquisa e inovação industrial (Embrapii). 

Observa-se que os programas acima citados são acessíveis também a empresas que ainda não possuem nenhum tipo de faturamento. Ainda na fase de pesquisa e cheias de desafios tecnológicos a serem vencidos. Vale lembrar que os recursos da Fapesp são destinados a projetos que envolvam algum tipo de pesquisa aplicada e desenvolvimento tecnológico. Ao passo que o Centelha, da Finep, é de natureza mais abrangente.

As startups que já possuem cliente e estão faturando, mas ainda precisam de aportes para ampliar a sua atuação no mercado, tem também recursos disponíveis. O Tecnova e o Finep Startup, ambos da Finep, e o Pipe 3 da Fapesp são programas públicos, ofertados por meio de editais específicos, e que são adequados às startups que já estão faturando. Além disso, essa fase já abre as portas para os investidores anjos, mediante cessão de parte da empresa.

Em resumo, as empresas inovadoras têm um grande leque de opções de fontes de recursos financeiros para o desenvolvimento de seus projetos. Isso não quer dizer que seja fácil obter esses recursos, mas demandam muito trabalho e empenho da parte dos empreendedores.  

 
Paulo Quintairos

Doutor, mestre e bacharel em Física pelo CBPF e Uerj. Coordenador de projetos de empreendedorismo e inovação da Inova-CPS (NIT do Centro Paula Souza). Professor da Fatec-Pindamonhangaba e da Universidade de Taubaté. Idealizador e fundador da TreDottori. 

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Sobre o HITT

O HITT (Hub de Inovação Tecnológica de Taubaté) é um programa que desenvolve ações de apoio à criação e ao fortalecimento de empresas de base tecnológica no formato de startup, bem como de estímulo à realização de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em organizações educacionais, institutos de pesquisa e empresas, orientando profissionais para os desafios da inovação tecnológica e do empreendedorismo. O objetivo é contribuir com o desenvolvimento científico, tecnológico, social e econômico do município de Taubaté e da região do Vale do Paraíba.

A gestão do HITT é feita pela FAPETI (Fundação de Apoio à Pesquisa Tecnologia e Inovação) da UNITAU (Universidade de Taubaté) e o apoio econômico é do Via Vale Shopping.

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