Você conhece seus sócios e parceiros?

Para começar, vamos voltar ao básico: quando iniciamos um negócio, a formalização é um passo essencial. Entender o mercado, os aspectos regulatórios, fiscais e a legislação, pode ter certeza que irá lhe poupar muita dor de cabeça quando seu empreendimento prosperar. Um agente fundamental nessa etapa inicial é o seu contador. Muitas vezes enxergamos como um gasto a contratação de um escritório de contabilidade e corremos o risco de sucumbir à tentação de optar por soluções “baratas”, mas que podem se mostrar ineficientes ao longo do tempo. Contabilidade é muito mais do que gerar guias de impostos e fechar balanço. Um contador que não esteve atento quanto aos enquadramentos fiscais, com o tempo pode causar problemas com a Receita Federal, governos municipais e estaduais. Se o empreendedor não tem experiência em gestão financeira, um contador que atue em planejamento fiscal irá ajudá-lo a maximizar os resultados do seu negócio, mas, principalmente, manter um modelo de governança que tornará bem mais descomplicada a escalabilidade. É importante que enxergue no seu contador a figura do seu primeiro CFO. Se não o vê dessa forma, busque outro.

Além do crescimento, o planejamento de um negócio deve estar centrado no cumprimento rigoroso da Constituição. Embora as cinco forças de Porter não preconizem o mapeamento de riscos jurídicos, estar atento à Legislação é tão importante quanto crescer e gerar lucro. Lembremos que a probabilidade de um novo negócio estar baseado em tecnologia e inovação é muito maior do que há 45 anos, quando o professor Michael Porter publicou, na Harvard Business Review, seu famoso artigo: “Como as forças competitivas moldam a estratégia”. Lembremos que hoje não existe nenhuma Legislação específica quanto ao uso de Inteligência Artificial. Mas, nada impede que o Congresso crie um marco civil para isso nos próximos anos. 

 

Mas, esse pensamento deve ser aplicado em qualquer empresa, inclusive pequenos negócios e startups? É bom que esteja. Muitas vezes, quando estamos em busca de investidores, corremos o risco de concentrarmos nossa atenção muito mais nos recursos financeiros a serem aportados, na composição acionária e nas taxas de sucesso combinadas do que nos sócios que traremos para o negócio. Essa atenção deve ser redobrada ainda mais quando essa relação envolve empresas ou fundos de capital estrangeiro. Tão importante quanto recursos, é conhecer como está a situação do seu sócio no país. Se seu sócio não tiver um representante legal no Brasil, preste atenção, pois seu risco aumenta exponencialmente já que passa a ser único e exclusivamente seu.

 

Obviamente, temos que ter uma mentalidade positiva sobre todas as parcerias. Porém, é fundamental que estejamos preparados para uma situação crítica. Afinal, ninguém está livre de uma interpretação da Lei que possa gerar transtornos jurídicos. É preciso saber quem vai segurar o rojão ao nosso lado se algo sair fora do planejado.