Exumando um gestor medíocre

Dia 26/11/2024, por Leandro Bortolassi

HITT NEWS

Planejamento estratégico e comportamento empreendedor

Gerente de ponto e vírgula… Uma antiga chefe me apresentou a essa expressão. Ela se refere àquele tipo de profissional que alcançou uma posição de liderança, mas que não conseguiu se desvencilhar de suas antigas atribuições. Sabe aquela pessoa que, mesmo que tenha uma equipe qualificada, adora acompanhar em cima o trabalho de todos apenas para ficar procurando pelo em ovo, mas sem oferecer qualquer tipo de contribuição? 

É aquele que pede para mudar uma apresentação inteira apenas porque não gosta de usar ponto ao final de uma sentença, pois prefere ponto e vírgula. Qualquer semelhança com Michael Scott, o gerente regional da Dudder Mifflin, em The Office, não é mera coincidência.

Todo mundo já teve ou conhece alguém especializado em gestão de coisinhas. Aquele se apega a questões insignificantes e que esquece de prestar atenção em pontos realmente importantes e decisivos em um projeto. Acha que a qualidade do trabalho está na quantidade de horas que o funcionário passa dentro ou conectado à empresa. É aquele que adora mandar WhatsApp aos domingos à noite perguntando sobre o status de algum projeto porque não viu o relatório referente a esse mesmo projeto que lhe foi enviado dias antes. Tenta justificar seu excesso de zelo, ou de manias, como algo fundamental para o sucesso da equipe. Diz que seu trabalho consome todo seu tempo. Se intitula como um perfeccionista ou workaholic. No fundo, esses argumentos são ferramentas de auto-defesa para disfarçar insegurança. Muitas vezes, o “perfeccionismo” é uma forma de não velada de procrastinação.

Certo! Ninguém está livre de ter que passar horas a mais trabalhando. Eu mesmo sou bem mais produtivo de madrugada e opto por esse horário sempre que preciso dedicar mais concentração a alguma coisa. No entanto, o gestor de ponto e vírgula é aquele que se vangloria por ter passado 16 horas dentro do escritório no dia anterior, e ainda critica os colegas que cumpriram sua jornada dentro do tempo regulamentar. Se coloca na posição de vítima dizendo que, enquanto os outros estavam em casa vendo futebol, ele estava lá… trabalhando.

É desorganizado. Não sabe delegar, mas quando tem de fazer, não tem ideia de por onde começar. Não consegue ser cordial. Geralmente, não dá instruções a sua equipe, apenas cobra. É indeciso. Não apresenta uma ideia, apenas critica as dos outros. É o primeiro a entrar em pânico em uma situação crítica em vez de acalmar e orientar sua equipe. E, obviamente, é aquele que não assume seu papel de líder quando as coisas dão errado. Procura sempre um culpado para empurrar no cadafalso se eximindo de qualquer responsabilidade.

Liderar um projeto ou um negócio requer habilidade para montar um time focado em resultado, com papeis bem definidos. A evolução das metodologias de gestão de projetos cada vez mais mostra que o líder não é aquele que possui o maior conhecimento técnico, mas o que tem habilidade de criar uma sinergia de membros de um time multidisciplinar. O ritmo de mercado hoje não tem mais espaço para aqueles perfis que baseiam sua autoridade somente em sua capacidade técnica e esquece que um bom líder, não necessariamente é apenas um bom técnico.
Sem uma visão estratégica e sistêmica, esse profissional pode ser até um chefe, mas nunca uma liderança. O líder é aquele que vai à frente abrindo caminhos, que não tem medo de delegar ou de formar sucessão e não aquele mantém uma operação girando em torno de seu próprio umbigo.

Leandro Bortolassi

Leandro Bortolassi é líder de projetos de Inovação e Máquina de Vendas na FSB Holding. Formado em Jornalismo (Universidade Anhembi Morumbi), com especialização em Marketing (Universidade Anhembi Morumbi), MBA em Gestão Empresarial (FGV) e MBA em Business Analytics – Big Data (FGV). É palestrante e atuou como professor universitário da Faculdade Senai. Como empreendedor, fundou a Eight Analytics, a primeira startup brasileira especializada na análise de notícias por meio de Inteligência Artificial.

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Sobre o HITT

O HITT (Hub de Inovação Tecnológica de Taubaté) é um programa que desenvolve ações de apoio à criação e ao fortalecimento de empresas de base tecnológica no formato de startup, bem como de estímulo à realização de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em organizações educacionais, institutos de pesquisa e empresas, orientando profissionais para os desafios da inovação tecnológica e do empreendedorismo. O objetivo é contribuir com o desenvolvimento científico, tecnológico, social e econômico do município de Taubaté e da região do Vale do Paraíba.

A gestão do HITT é feita pela FAPETI (Fundação de Apoio à Pesquisa Tecnologia e Inovação) da UNITAU (Universidade de Taubaté) e o apoio econômico é do Via Vale Shopping.

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