Bons motivos para submeter uma proposta de fomento público

Dia 07/08/2024, por Paulo Quintairos

HITT NEWS

Startups, Fomento e Propriedade Intelectual

Financiar os primeiros passos de uma startup com fomento público é uma ideia que encanta muitos empreendedores-inovadores. Especialmente quando o recurso é do tipo não reembolsável, o antigo “fundo perdido”, modalidade na qual não é necessário devolver o dinheiro. Mesmo nas situações em que o fomento público é do tipo reembolsável, a taxa de juros subsidiada pode representar a chance de iniciar as operações em condições mais favoráveis do que contando apenas com recursos próprios ou de terceiros.

Desfrutar de fomento ou subsídio público é de fato uma vantagem, mas que traz também muitas responsabilidades e trabalho. Neste artigo quero aprofundar o tema em detalhes que vão além apenas das vantagens em desfrutar do dinheiro.

O primeiro grande passo para se candidatar a algum tipo de subsídio público envolve a busca e escolha do programa de fomento. Isso exige da equipe uma reflexão sobre o projeto e uma autoavaliação quanto ao seu grau de maturidade. Considero que esse primeiro passo já é uma ação positivo na evolução da startup.

Escolhido o programa vem uma etapa muito valiosa para o projeto: escrever o projeto. Ao redigir os documentos que compõem o projeto é necessário refletir muito sobre temas fundamentais para o futuro da startup. As perguntas fundamentais, independente do edital, são: quais são os objetivos do projeto? Quais são os resultados esperados? Por que a proposta representa uma inovação no mercado? Quais problemas a proposta busca resolver? Quais são os concorrentes diretos e indiretos da empresa? Qual é o mercado potencial para os produtos e serviços a serem ofertados pela empresa?

Reunir a equipe e todas as informações necessárias para elaborar as respostas das questões acima é um exercício dos mais benéficos para a evolução do projeto. Refletir e escrever os objetivos, possibilidades e avaliar quem são os concorrentes leva à equipe a reflexões profundas e a observação de aspectos da proposta que muitas vezes passam despercebidas pela equipe. Além disso, o texto deve refletir claramente o que a equipe quer do projeto. E até onde pretende chegar.

Após estabelecer e redigir os objetivos, é necessário estabelecer o roteiro sobre como esses objetivos serão alcançados. Quais caminhos e estratégias serão propostos para atingir aos resultados esperados e desejados. E, não menos importante, o que será necessário para o desenvolvimento proposto. Isso envolve preparação, planejamento, escolha de equipamentos, testes, serviços e mais o que o programa de fomento escolhido permitir. E tudo isso precisa caber nos orçamentos e estar em acordo com as regras do programa, sem espaço para  amadorismo pois serão usados recursos públicos.

Além de escrever todo o projeto, a equipe também vai precisar reunir muitos documentos e certidões. Entrar em contato com os possíveis fornecedores e parceiros. Reunir documentos que comprovem a capacidade de cada um dos atores envolvidos entregar aquilo que deve prover ao projeto.

Após todo o esforço acima descrito, o projeto finalmente é submetido. A partir daí vem uma espera, que pode ser longa, pelos resultados da avaliação. Notem que dependendo do tipo de programa de fomento, informações e documentos complementares podem ser solicitados no processo.

Finalizada a apreciação do projeto vem o resultado. Em alguns casos é um sim, mas sempre com ressalvas. Em outros uma negativa, mas da qual cabe algum recurso. Ou simplesmente uma negativa, sem direito a recursos. Independente do resultado, a avaliação é sempre uma rica fonte de críticas à proposta submetida. Deve ser lida e relida pelos membros da equipe para ser o ponto de partida para uma revisão geral da proposta e sua adequação à luz dos pareceres recebidos.

Em síntese, mesmo que uma startup não consiga obter os recursos de um programa de fomento ou subsídio, o processo de submeter uma proposta já é um exercício muito benéfico para a startup.

Paulo Quintairos

Doutor, mestre e bacharel em Física pelo CBPF e Uerj. Coordenador de projetos de empreendedorismo e inovação da Inova-CPS (NIT do Centro Paula Souza). Professor da Fatec-Pindamonhangaba e da Universidade de Taubaté. Idealizador e fundador da TreDottori. 

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Sobre o HITT

O HITT (Hub de Inovação Tecnológica de Taubaté) é um programa que desenvolve ações de apoio à criação e ao fortalecimento de empresas de base tecnológica no formato de startup, bem como de estímulo à realização de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em organizações educacionais, institutos de pesquisa e empresas, orientando profissionais para os desafios da inovação tecnológica e do empreendedorismo. O objetivo é contribuir com o desenvolvimento científico, tecnológico, social e econômico do município de Taubaté e da região do Vale do Paraíba.

A gestão do HITT é feita pela FAPETI (Fundação de Apoio à Pesquisa Tecnologia e Inovação) da UNITAU (Universidade de Taubaté) e o apoio econômico é do Via Vale Shopping.

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